E eu tão singular me vi plural!

Era tão bela, tão encantadora, fantasiava os olhos alheios. Não era perfeita, tinha como todos teus defeitos. Nasceu com o dom seduzível, implacável. Tinha um dom especial com palavras, brincava de ser poeta. Refugiava-se nos confins de sua mente, deixava que a voz de teu fadigo coração mandasse, desrespeitando, na maioria das vezes, os gritos ofuscantes da sua parte racional. Guardava dentro de si sentimentos impecáveis, quase indestrutíveis. Tendia a ser forte, permanecia intacta apesar de todos os fracassos. Procurava ver a vida pelo melhor lado, não dando valor aos pontos negativos. Desbotado, desgastado, surrado. E isto se aplicava desde seu velho tênis, ao fatigado coração, esculpido por mãos divinas, raro e puro. Fora apática por um bom tempo, depois, libertou-se deste mero semblante vazio, e construiu em torno de si uma fortaleza. Protegia-se do mundo desta forma, curava-se sozinha, sem a ajuda de mais ninguém. Pouco tempo após conseguir estabelecer-se, conheceu o garoto que atormentou-lhe a mente durante muito tempo. Seu coração lhe implorava, seus olhos ganhavam tanto brilho quanto o luar, quando se cruzavam com o daquele ser. Era tão pequenina, tão frágil sob aquela armadura grandiosa. Era a doçura, o encanto, o mistério em vida. E após uma saída ou duas, acabou jogando-se aos braços de seu amado. Sabia que era errado, que era proibido, que era incerto. Entregou-se aos pequenos momentos simplórios que com ele passava. Sem entender, sem saber, sem se quer imaginar, tinha dentro de si uma flor. Que desabrochava a cada dia, carregava consigo um amor enorme. Mal sabia aquela doce e pequenina menina que tinha em seus braços o amor de sua vida.

E tudo acabou com um tchau...

...com uma troca de olhares sem motivos e sem explicações, deixei você ir, deixei você escapar das minha mãos. Não sabia se eu era a certa pra você, você parecia bom demais pra mim e eu me sentia uma menina que não sabia o que fazia do seu lado. E com isso você levou tudo o que eu era, tudo o que eu sou e não sei onde ir , mas se você me derrubar eu vou saber como levantar. Você consegue viver sem mim , você consegue ser feliz sem mim porque eu não consigo ? Sim, eu vou substituir essas lágrimas em sorrisos, vou mostrar pra todo mundo que eu sou forte, que ninguém vai me derrubar .Você me conhecia, conhecia minhas fraquezas e agora está usando elas contra mim . Você não me amava por completo, você via meus defeitos como pedras em um caminho que eu achava que ia ser iluminado, com sol mas ele se tornou escuro cheio de tempestades . Eudesistiria da eternidade por você e você não desistiu de nada por mim. Eu não sou uma qualquer daquelas que você consegue rápido, sou daquelas que te testa e você não teve coragem suficiente de ir até o final e parou no meio do caminho. Você não sentia o mesmo que eu, você era frio e eu era quente demais. O mais difícil ? Eu te amo e sinto que devo lhe proteger a qualquer custo.

"Eu te amo".

Repetiu baixinho pra si mesmo, fitando o chão. Talvez fosse uma tentativa de fazer-se tentar acreditar, tentativa de que tudo aquilo fizesse alguma diferença. Nos pensamentos estava acompanhada das lembranças. Logo tudo vinha a tona, toda sua história. Silêncio. Uma lágrima preenche seus olhos castanhos, que refletem uma história incrível, de todo roteiro pronto, mas sem o personagem principal, que acabara de abandonar a princesinha indefesa e fugiu. Fugiu para longe, sem deixar vestígios, nem esperança de que, em um futuro mesmo que distante, voltasse para preencher todo vazio que deixara ali, no coração - agora machucado - da mocinha que ele dizia amar. Logo olha para o céu na tentativa de fazer com que lágrimas parem de insistir em transbordar de suas pálpebras já cansadas de tanto chorar. Foi em vão, e logo vem o choro. Um choro diferente, vazio. Um choro que reflete todo cansaço de tal situação. “Sou mesmo merecedora de tanta dor?” Pensou ela num suspiro profundo. Já não lutava mais, deixava todas as lágrimas caírem, sem nenhum esforço para contê-las. Ela sabia que nao adiantaria. O tempo estava nublado, assim como naquela tarde onde todo aquele transtorno começou. Ela sabia, seria assim por um bom tempo, talvez pelo resto de sua vida. “Eu disse que seria pra sempre, e pra sempre será”. Pensou, se lamentando e recordando com tristeza das promessas que trocaram. Ela havia o prometido amor eterno e sabia que assim seria, mas não suportava mais a dor de um amor ímpar, um amor doído, que só fazia por machucá-la. Suspirou novamente, encheu os pulmões de ar, com a esperança de que, com o ar entre vida nela também, e força, muita força para suportar aqueles dias difíceis, que seguiriam assim para o resto de sua vida, assim como sua promessa. Seu único desejo era que seu príncipe, seu querido príncipe voltasse, explicando a ela que tudo nao passou de um mal entendido e que a partir deste dia ela pudesse cumprir sua promessa sem dor ou lamento algum. Era seu único desejo, o mais puro desejo. Ela só queria… ah! ela só queria ser feliz. Ao lado dele.

Tirando o pó novamente.

Então, ano passado eu meio que abandonei esse blog, mas depois de tanta mudança aqui, resolvi voltar. Muita coisa mudou: terminei o ensino médio, fui pra Floripa fazer faculdade de Filosofia na UFSC, voltei pra Brasília pra fazer faculdade de Artes Visuais na UnB (que é o que eu realmente quero). Minha vida mudou completamente, muitas pessoas saíram da minha vida e algumas pessoas entraram. Tem gente que não sabe se quer fazer parte dela, tem gente que eu quero que saia. Queria poder controlar tudo isso :\ Tem tanta coisa que eu queria falar, mas não sei como. É, por enquanto é isso...