sexta-feira, 30 de setembro de 2011

E eu tão singular me vi plural!

Era tão bela, tão encantadora, fantasiava os olhos alheios. Não era perfeita, tinha como todos teus defeitos. Nasceu com o dom seduzível, implacável. Tinha um dom especial com palavras, brincava de ser poeta. Refugiava-se nos confins de sua mente, deixava que a voz de teu fadigo coração mandasse, desrespeitando, na maioria das vezes, os gritos ofuscantes da sua parte racional. Guardava dentro de si sentimentos impecáveis, quase indestrutíveis. Tendia a ser forte, permanecia intacta apesar de todos os fracassos. Procurava ver a vida pelo melhor lado, não dando valor aos pontos negativos. Desbotado, desgastado, surrado. E isto se aplicava desde seu velho tênis, ao fatigado coração, esculpido por mãos divinas, raro e puro. Fora apática por um bom tempo, depois, libertou-se deste mero semblante vazio, e construiu em torno de si uma fortaleza. Protegia-se do mundo desta forma, curava-se sozinha, sem a ajuda de mais ninguém. Pouco tempo após conseguir estabelecer-se, conheceu o garoto que atormentou-lhe a mente durante muito tempo. Seu coração lhe implorava, seus olhos ganhavam tanto brilho quanto o luar, quando se cruzavam com o daquele ser. Era tão pequenina, tão frágil sob aquela armadura grandiosa. Era a doçura, o encanto, o mistério em vida. E após uma saída ou duas, acabou jogando-se aos braços de seu amado. Sabia que era errado, que era proibido, que era incerto. Entregou-se aos pequenos momentos simplórios que com ele passava. Sem entender, sem saber, sem se quer imaginar, tinha dentro de si uma flor. Que desabrochava a cada dia, carregava consigo um amor enorme. Mal sabia aquela doce e pequenina menina que tinha em seus braços o amor de sua vida.

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